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Espaço
recebe hoje, em média, 200 visitantes
Por
fim de semana /LUIZA PRADO/JC
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Até
o final do ano, o Parque da Harmonia passará a ser administrado por uma empresa
privada. O edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) foi
publicado ontem, no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), para que, a partir
dele, interessados possam apresentar seus projetos. O modelo de gestão ainda
não está montado, mas uma das exigências estabelecidas pela prefeitura é que a
nova administradora crie estruturas permanentes para o Acampamento Farroupilha,
para que não seja necessário montar e desmontar todos os piquetes anualmente.
O
prazo será de 30 dias para a apresentação de sugestões e outros 60 dias para
análise interna da prefeitura das propostas e fornecimento de mais informações,
prorrogáveis por mais 30 dias. Após esse período, será publicado o edital de
licitação em si, para disputa pública, e correrão mais 120 dias, pelo menos, a
fim de que a empresa ou grupo de empresas seja escolhida. A perspectiva é que,
em setembro, já haja um desenho de como o parque funcionará.
Na
gestão anterior da prefeitura, de José Fortunati, um edital de solicitação de
manifestação de interesse chegou a ser publicado para buscar uma qualificação
do Parque da Harmonia. Desse certame, foram apresentados dois projetos, um do
Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e outro dos gestores do Parque Gaúcho,
um parque temático localizado em Gramado. Como nenhuma das propostas
contemplava integralmente o que a prefeitura queria, a ideia acabou sendo
deixada de lado por um tempo, mas, agora, está sendo resgatada pela gestão de
Nelson Marchezan Júnior, sob nova roupagem.
Segundo
dados da prefeitura, o Harmonia, que possui 17,5 hectares, tem um custo de
quase R$ 600 mil por ano para o município, 95% disso sendo usado para folha de
pagamento de servidores, sobrando pouco dinheiro para investimento. É sede fixa
de dois eventos anuais, o Rodeio de Porto Alegre - realizado em março, que
atrai 50 mil visitantes - e o Acampamento Farroupilha - em setembro, que atrai
1,3 milhão de visitantes. No resto do ano, porém, fica praticamente deserto - a
média estimada é de 200 visitantes em cada fim de semana.
O
diretor de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Parcerias
Estratégicas, Randolpho Carvalho Fonseca, relata que o PMI publicado tem como
base concessões de parques em todo o Brasil, como o Ibirapuera, em São Paulo. O
objetivo é que o Harmonia seja o primeiro parque de Porto Alegre administrado
por meio de concessão. O vencedor da licitação poderá propor atividades e
estruturas para o parque, para dois estacionamentos localizados na avenida
Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), e administrará a concessão dos dois
estabelecimentos existentes no espaço onde hoje funcionam a Casa do Gaúcho e o
Galpão Crioulo. O administrador também deverá reconstruir a cancha de laço e
reformar as churrasqueiras do local.
A
ideia da prefeitura é que o Harmonia seja visto como uma continuação da orla do
Guaíba, desenvolvendo o turismo em Porto Alegre e difundindo a cultura
tradicionalista. Entre os potenciais de aproveitamento do espaço estão, conforme
sugestões do município, realização de rodeios e exposições de animais; turismo
de experimentação; circuitos e eventos gastronômicos; festivais de canções
nativas; eventos tradicionais; instalação de lojas de artesanato; e replicação
de eventos tradicionalistas do Interior.
Marchezan
afirma que ainda não há modelo preestabelecido, e que os projetos podem, sim,
envolver o cercamento do parque, desde que bem pensado. "Infelizmente, o
cercamento, que seria uma segurança, muitas vezes, acaba se tornando um risco,
porque faz com que o frequentador não tenha para onde correr, então a ideia é
que o parque seja discutido em suas diversas questões", observa. Todas as
propostas serão avaliadas e irão compor um projeto final, a ser licitado. A
expectativa do prefeito é que o modelo seja replicado para a administração de
outros parques e praças da cidade.
De
acordo com o secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, os
projetos deverão se basear em um tripé, formado por soluções de engenharia,
viabilidade financeira e segurança jurídica contratual. "Esse conjunto de
três estudos é o que se espera obter no PMI. Claro que a prefeitura fará
análise e aperfeiçoamentos, mas esperamos promover um diálogo amplo a partir
dessas propostas", ressalta.
Fonte! Chasque de Isabella Sander, publicado nas páginas do Jornal do Comércio de Porto Alegre - RS, na edição do dia 15 de janeiro de 2019.