sexta-feira, 15 de abril de 2011

Centro de Tradições Gaúchas completa 63 anos de idade

O CTG surgiu de um rompante juvenil.
Hoje, é o movimento de cultura popular brasileira mais organizado

Em abril, o primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG) criado no Brasil completa 63 anos de idade. É o 35 CTG, que fica em Porto Alegre. Surgido de um rompante juvenil, o CTG se transformou no que é provavelmente o maior movimento de cultura popular, organizado e centralizado, do país.

Muitas cidades têm uma estátua como símbolo, mas, em Porto Alegre, há duas particularidades: a estátua foi escolhida em uma eleição com mais de 500 mil votos e foi baseada em um modelo vivo, uma pessoa do mundo rural, Paixão Cortes. “É bom ser estátua, mas é melhor estar vivo”, diz.

A forma em gesso do laçador, vista na oficina do escultor Antônio Caringi, ficou pronta em 1954. Quatro anos, foi inaugurada em bronze, junto à entrada de Porto Alegre para quem chegasse pela BR-116.

Em 1977, uma foto mostra Paixão se pondo diante do laçador da bronze para mostrar como são bem parecidos o modelo e a estátua. Mas o que fez Paixão Cortes para se transformar em monumento em vida? “Dancei, cantei, sapateei e tenho a minha família. Fora esses aspectos artísticos, duas coisas eu distingo”, afirma.

Estamos indo para uma criação de ovelhas, cenário da primeira coisa que o Paixão fez. É do tempo em que ele, depois de formado em agronomia, era especialista em ovinos da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul.

A tosquia tradicional de ovelha no estado era sempre feita com uma tesoura, em um corte denominado “de martelo”. Paixão foi contra esse corte porque, além de ter de amarrar as quatro patas da ovelha e eventualmente feri-Ia, produzia lã de segunda linha. E o tosador, ficando em posição incômoda, rendia pouco. Introduziu, então, a tosa por maquininha, sistema que conheceu por meio de ovinocultores australianos.

“O segredo da técnica é o ovino não botar a pata firme. Ele não tem como se apoiar, e, consequentemente, não levanta. É só um jogo de pernas”, diz Paixão. Em seu livro sobre ovinos, da mesma época, ele propôs especiais da carne de cordeiro e formas de melhor aproveitá-Ia.

Para lembrar a segunda coisa mais importante de sua vida, Paixão, aos 85 anos, monta de puxa uma linha de sete cavalos arriados, vazios. Repete a caminhada que fez em 1947,entre o Colégio Júlio de Castilhos e o centro de Porto Alegre.

Ele e mais sete estudantes tinham se vestido de gaúchos, e foram os oito participar de um cortejo que acompanhava os restos mortais de um herói da Guerra dos Farrapos. Esse conflito, que os gaúchos preferem chamar de Revolução Farroupilha, foi um movimento contra o Império na primeira metade do século XIX e que durou dez anos.

Aqueles oito estudantes queriam que, na solenidade, houvesse uma escolta de honra, gaúcha, típica. Parecendo hoje coisa simples, aquele gesto, na época, soava extravagante. Já em sua casa, um apartamento classe média em Porto Alegre, Paixão parece receber de volta a energia da juventude quando relembra aquele fato. “Passou uma pessoa desavisada que me viu com roupas típicas e gritou para mim ‘o carnaval já terminou, palhaço, que fantasia é essa?’”, diz.

Vindo do campo, o estudante Paixão estranhava, na cidade grande, o preconceito que havia contra o gaúcho, isto é, o homem simples da estância, da lida com gado. “Bota, bombacha, lenço no pescoço, na nossa cidade, capital do Rio Grande do Sul, eram vistos como maus elementos. Não entrava em um clube, era proibido de entrar no cinema e até na rua era mal vista. Se tomava condução, um bonde, não podia sentar”, afirma.

Resolveram então fundar uma entidade, em 1948, para cultuar a história e a cultura do Rio Grande, principalmente em relação ao mundo rural. Foram três dias de reunião só para escolher o nome.

Afinal, veio o batismo: 35 CTG. CTG, de Centro de Tradições Gaúchas. 35, para lembrar 1835, ano do início da Revolução Farroupilha. Mas a idéia, três anos depois da fundação, não estava dando muito certo. “Vivi grandes emoções aqui. Uma delas foi quando um cidadão, que tinha sido patrão aqui da casa, me procurou e falou que estava com uma missão muito triste para ser cumprida, que precisava fechar as portas do CTG 35. Estava com dívidas e não tinha sede. Falei ‘não faça isso, pelo amor de Deus. Precisamos lutar’”, afirma o agricultor Ody Pedro.

Começou , então, um movimento de pessoas e recursos tão forte que, não só o 35 não fechou, como passaram a surgir CTGs não só no Rio Grande do Sul, mas no país inteiro. Hoje, existem em quase todos os estados.

A relação de CTGs por estado é: Roraima, 1; Acre, 1; Amazonas, 3; Rondônia, 33; Tocantins, 1; Rio Grande do Norte, 1; Bahia, 5; Goiás, 10; Mato Grosso do Sul, 19; Mato Grosso, 19; Espírito Santo, 1; Rio de Janeiro, 7; Minas Gerais, 2; São Paulo, 28; Paraná, 255; Santa Catarina, 586; Rio Grande do Sul, 1.611. Há 12 no exterior.

No Brasil, os CTGs movimentam pessoas e recursos. Erival Bertolini, dirigente nacional do movimento, lembra que os Centros têm áreas esportivas, recreativas e sociais e campeiras. Fixando-se, porém, apenas no aspecto artístico, músicos envolvidos, dançarinos de danças típicas e participantes de fandangos, com roupas a caráter, o número de pessoas é grande, mais de 1 milhão.

Fonte! Este chasque foi publicado no sítio do G1 - http://www.g1.globo.com/, no dia 10 de abril de 2011. Fonte do retrato! Sítio do Inema - http://www.inema.com.br/

3 comentários:

  1. OBRIGADA AOS MEUS AMIGOS E IRMAOS DE PORTO ALEGRE FAMILIA ENGROFF (SEDEX) PELA BELISSIMA SURPRESA QUE NOS FIZERAM ISSO É INESQUECIVEL E CADA DIA QUE PASSA O NOSSO AMOR E NOSSO CARINHO AUMENTA 1000% BRINCADEIRA AMAMOS VOCES DE CORAÇÃO ALZENEIDE EDU E FAMILIA PAMPEIROS

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  2. agradecimento feliz
    agradecemos nosso grandioso amigo irmão familia valmir do Rio de Janeiro que veio nos fazer uma visita e participar do nosso fandango. nossa Valmir me desculpe mas tu é um irmao maravilhoso, tivemos tanta alegria em te conhecer, vou te descrever, bonito,educadissimo,parceiro.amigo,e nos amamos voce e sua familia que ja esta postada dentro do nosso coração, saiba que nos trouxe muita alegria te amamos gurizão lindo beijinho alzeneide edu elisandra e os pampeiros.

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  3. Nossa! Pena que se passou tão rápido, fico muito feliz por ter deixado boas impressões, pois eu sou mesmo aquele Valmir que vocês conheceram e faço de suas palavras as minhas..Espero muitas e muitas bagunças(no bom sentido) como foi esta. Um beijo e abraço para todos..

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