segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Editorial do Correio do Povo (RS) do dia 20 de setembro!

Bueno! Aos  fãs e amigos do Conjunto Musical OS PAMPEIROS, desgarrados do garrão da patria - o nosso amado Rio Grande do Sul, e aos gaúchos de coração (tradicionalistas ou simpatizantes da arte e cultura gaúchas, que nasceram fora do Rio Grande do Sul), as nossas mais sinceras saudações tradicionalistas neste dia 20 de setembro. E para refletirmos um pouco mais sobre a data magna do Rio Grande do Sul, abaixo, editorial que enfoca com autoriadade o que esta data representa, publicada no Correio do Porto Alegre neste dia 20 de setembro de 2010.

Um dia para o orgulho farrapo

Neste Vinte de Setembro, os gaúchos estão em comemoração de um legado que remonta ao período imperial, quando tiveram a ousadia de formar a primeira República de fala portuguesa nestas paragens. A rebeldia local contra um sistema centralizador e injusto serviu como exemplo para que, mais tarde, o resto do país também buscasse acabar com um regime de privilégios consubstanciados na monarquia.

Hoje, em todo o Rio Grande do Sul e em todos os lugares do país onde houver pessoas que se identificam com as nossas tradições, haverá comemorações, festas, bailes, churrascos, provas campeiras, eventos culturais e muitas atividades que farão parte de um calendário preparado para relembrar os feitos dos farrapos. E não foram poucos. Os gaúchos, a partir de 1835, foram os responsáveis pela mais longa revolta contra os desmandos cometidos pelo Império contra esta e as demais províncias. Mesmo inferiorizados em números e em recursos, protagonizaram uma luta titânica para promover seus ideais, atraindo também a atenção de lutadores de todo o mundo, como os revolucionários italianos Giuseppe Garibaldi e Luigi Rossetti, este, redator do jornal farroupilha O Povo, recentemente revisitado em sua participação no decênio farroupilha pela historiadora Laura de Leão Dornelles. A solidariedade internacional foi parte desse movimento pioneiro.

A Revolução Farroupilha foi precursora de um país menos elitista e mais democrática. Em nomes como Bento Gonçalves, Antônio de Sousa Netto, João Manuel de Lima e Silva, Gomes Jardim, Onofre Pires, Domingos de Almeida pode-se encontrar a raiz de uma nação mais próxima dos preceitos democráticos, que tanto são caros à nossa civilização. A cada gesto de cidadania que hoje podemos exercer, existe uma herança marcada pela garra, pelo sangue e pelo desejo de tornar o Brasil menos injusto e mais democrático, fruto de um ideal que foi levado adiante por homens que eram peões de uma causa que continua a merecer atenção e continuidade.

Nos desfiles de hoje, gaúchos de todas as idades e de todos os rincões vão ostentar com orgulho suas pilchas e seus peitos altivos. Em cada bandeira, em cada semblante, estará presente a mesma sede de justiça e liberdade que norteou os antepassados. E o Rio Grande vai mostrar outra vez que sabe manter viva a memória dos que tombaram, mas que continuam vivos dentro da alma gaúcha.

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