segunda-feira, 12 de março de 2012

Os Ditadores e as Ditaduras

A morte de Francisco Solano Lopes, em 1º de março de 1870, pôs fim ao maior conflito bélico internacional sul americano que durou cinco anos, criado por ele há 142 anos. De lá para cá, nosso país irmão que fora a maior economia da América e berço da primeira universidade neste continente, caiu numa decadência sócio-econômica e cultural impressionante. Rigorosamente podemos dizer que um paraíso virou num inferno, para a infelicidade da única nação guarani que habita o planeta o Paraguay que empobreceu graças ao seu megalo maníaco ditador herói e dos que lhe sucederam.


Daí porque devemos sempre agradecer pela democracia que ainda temos, e tentar de todas as formas sustentá-la, porque as histórias de todos os ditadores são iguais e as ditaduras inevitavelmente nos levam ao caos moral e material, porque o homem ainda não conseguiu dominar vaidade e ganância. Quanto mais poder, mais tirano, para garantir seu status e de sua corja, pois na volta do poder se instalam sempre os piores caráters, os mais vis, os mais covardes, que bajularão incondicionalmente o poder nutrindo-se sem pudor dele e depois se preciso for cuspiram no prato.

Nossa arte regional tem através das letras musicadas e poesias, mostrado claramente as desigualdades sociais, criticado e condenando os que usurpam do poder. A inspiração artística em geral e especialmente a de escrever e cantar, é uma grande forma de revolucionar, porque mexe nas consciências, toca o íntimo do bom e do ruim, sendo capaz de acordar multidões das anestesias sistêmicas do pão e circo, tão comum em todos os tempos da humanidade.

Assim vamos entendendo como as castas governam promovendo tudo que não enobrece a alma humana, criando escravos material e espiritualmente, pela ignorância, fomentando idolatrias e orgulhos bestiais, que levam as pessoas ao fanatismo.

Ainda bem que aqui no pago, temos Aurelianos, Jucas Ruivos, Netos, Lauros, Simões, Jaimes, que nos ensinaram a amar a terra e defendê-la com música e poesia, relembrando épicas passagens da coragem dos que aqui morreram para sermos livres, á escolhermos o que melhor nos serve, “sem precisar seguir sinuelos prá ter um rotulo de novo, porque na ânsia de copiar modelos, se mata ás vezes a raiz de um povo”, como bem diz meu parceiro de arte Atanásio Borges Pinto.

E temos sim “um canto puro e verdadeiro, com mil atalhos para prá saber de cor, a liberdade de buscar sozinho, o próprio rumo que entendermos melhor”.

Que os Solanos da vida, neste país, não encontrem guarida para transformar o que ainda não é paraíso, mas está muito longe de ser um inferno!

Para pensar: O estado de direito, as instituições e a liberdade, deve ser defendido a qualquer custo.

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Fonte! Coluna Regionalismo nº 491, por Dorotéo Fagundes de Abreu, do dia 06 de março de 2012.  

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